+55 (41) 9 8445 0000 arayara@arayara.org

ARAYARA e ALADTI: união em defesa dos direitos indígenas e do meio ambiente na América Latina

Diante da crescente violência estrutural contra defensores e defensoras indígenas e ambientais no Brasil e em toda a América Latina, o Instituto Internacional ARAYARA reafirma seu compromisso com a preservação do meio ambiente e a proteção dos direitos humanos. Desde novembro de 2024, a organização passou a integrar a Aliança Latino-Americana de Defensores e Defensoras de Terras Indígenas (ALADTI), uma rede que une esforços de organizações indígenas e da sociedade civil  que atua em sete países da região.

O Brasil é o segundo país com mais assassinatos de ativistas ambientais, mesmo com a redução de mortes em 2023. De acordo com a ONG Global Witness, 196 defensores da terra e do meio ambiente foram mortos no mundo no último ano, com a Colômbia no topo do ranking. No Brasil, os assassinatos caíram de 34 para 25, mas a violência continua preocupante, agravada pela concentração fundiária e pela falta de reconhecimento de territórios indígenas e quilombolas. O relatório também alerta que os números podem ser subestimados, e os ativistas enfrentam ainda intimidação, difamação e criminalização.

Rede de proteção aos povos indígenas

A ALADTI reúne representantes de Brasil, Peru, Colômbia, Panamá, Costa Rica, Guatemala e México, com o objetivo de promover a proteção e os direitos dos povos indígenas da América do Sul e Mesoamérica. “A organização busca criar ambientes seguros por meio da coordenação de esforços e da implementação de ações conjuntas, visando enfrentar as pressões crescentes sobre os territórios indígenas, agravadas pelo contexto da crise climática global”, explica a pesquisadora da ARAYARA Heloísa Simão.

Com uma estrutura transversal e horizontal, o ALADTI atua em três principais eixos estratégicos:

– Autoproteção e Fortalecimento de Capacidades – formação de lideranças indígenas e preparação para enfrentar ameaças;

 

-Incidência, Comunicação e Jurídico – conscientização pública e mobilização nacional e internacional;

 

-Governança e Financiamento – garantia de recursos e sustentabilidade das ações da Aliança.

Teddy Sinacay, líder Asháninka e presidente da Central de Comunidades Nativas de Selva Central (CECONSEC), durante o 2º encontro ALADTI, destacou a relevância da aliança para a unidade histórica e ancestral dos povos indígenas: “A aliança dos povos indígenas é fundamental, não apenas para o Peru, mas para toda a América Latina. Ela nos permite superar as limitações impostas pelos governos e fortalecer nossa unidade histórica, além de possibilitar a criação de nossos próprios sistemas de comunicação e instituições, como estabelece a Convenção 169”.

Contribuição da ARAYARA

Há 33 atuando atuando na defesa dos direitos humanos, do meio ambiente e da justiça social. A ARAYARA integra o Grupo de Trabalho de Incidência, Comunicação e Jurídico da ALADTI. Segundo Simão, a instituição coloca à disposição sua expertise técnico-estratégica para contribuir tanto com a proteção adequada dos defensores indígenas, quanto com a ampliação de sua participação pública e política.

“Nosso compromisso é somar esforços para garantir segurança física e jurídica a essas lideranças, ao mesmo tempo em que fortalecemos sua voz nas arenas de decisão pública. A proteção dos defensores e defensoras é fundamental para que possam seguir liderando a luta pela preservação do meio ambiente e dos territórios indígenas”, destacou a pesquisadora.

Compartilhe

Share on whatsapp
WhatsApp
Share on facebook
Facebook
Share on twitter
Twitter
Share on linkedin
LinkedIn

Enviar Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Redes Sociais

Posts Recentes

Receba as atualizações mais recentes

Faça parte da nossa rede

Sem spam, notificações apenas sobre novidades, campanhas, atualizações.

Leia também

Posts relacionados

ARAYARA marca presença no Indonesia Net-Zero Summit 2025

Neste sábado (26), a ARAYARA participa do Indonesia Net-Zero Summit 2025, realizado em Jacarta, integrando um importante debate sobre o papel de países emergentes na liderança climática global.  Nossa diretora executiva, Nicole Figueiredo de Oliveira, é uma das painelistas da sessão “Middle Powers Rising! How Countries Turn Climate Action into Growth Engines in the 21st Century”, ao lado de representantes

Leia Mais »

Protagonismo Plural na COP30: Mulheres Negras e Justiça Climática

A discussão climática global, especialmente em contextos como a COP 30, só ganha densidade e justiça quando as vozes de mulheres negras deixam de ser periféricas para ocupar espaços efetivos de participação e influência — como mobilizadoras, líderes políticas, produtoras de conhecimento e articuladoras de soluções inovadoras. Desde o anúncio de Belém como sede da COP, essas lideranças vêm revelando

Leia Mais »

ARAYARA na Mídia: Avança diálogo com a sociedade civil sobre o Círculo de Ministros de Finanças da COP30

O Ministério da Fazenda do Brasil promoveu a segunda rodada de webinários sobre o tema, articulando contribuições nacionais e internacionais ao relatório do Círculo, que deverá ser apresentado em sua versão final em outubro. O Ministério da Fazenda do Brasil, em parceria com o Instituto Clima e Sociedade (ICS), promoveu, nesta quinta-feira, 24/7, a segunda etapa dos webinários sobre o

Leia Mais »

ARAYARA na Mídia: Ação Civil Pública pede a paralisação imediata da Usina de Candiota III

O Instituto Internacional Arayara protocolou uma Ação Civil Pública pedindo a paralisação imediata e definitiva das atividades da Usina Termelétrica (UTE) Candiota III. A iniciativa tem como base denúncias de crimes ambientais supostamente cometidos pelos operadores da planta. A ação é movida contra a empresa Âmbar Sul Energia S.A., responsável pela operação da usina, além da Agência Nacional de Energia

Leia Mais »