+55 (41) 9 8445 0000 arayara@arayara.org

COP26: Arayara denuncia na Cúpula dos Povos a recolonização energética da América Latina e da África

“Sofremos uma expansão massiva de territórios de combustíveis fósseis em áreas cada vez mais sensíveis para a biodiversidade e os povos que habitam essas regiões”, alertou a diretora do Instituto, Nicole Oliveira

“No Brasil, na América Latina e na África, enfrentamos uma recolonização massiva de companhias Européias que estão explorando e construindo oleodutos, gasodutos, novas minas e usinas de carvão mineral e de gás natural. Sofremos uma expansão de territórios de combustíveis fósseis”.

Esse diagnóstico da geopolítica das centenas de projetos para exploração e queima de combustíveis fósseis que atualmente estão em desenvolvimento nos dois continentes, e no Brasil em especial, foi divulgado hoje de manhã na Cúpula dos Povos pela advogada Nicole Figueiredo de Oliveira, diretora do Instituto Internacional Arayara e do Observatório do Carvão Mineral.

“Todos anos há pelos menos duas licitações para exploração de óleo e gás natural feitas pelo governo do Brasil, em que são oferecidos a grupos econômicos internacionais dezenas de blocos de exploração de petróleo, e cada vez em áreas mais sensíveis para a biodiversidade e para os povos que habitam nessas regiões”, relatou Nicole.

A exposição da advogada aconteceu nesta segunda-feira (8) em Glasgow, na Escócia, onde a ONU realiza a 26a Conferência das Partes da Convenção do Clima/Acordo de Paris, conhecida pela sigla COP26.

Em paralelo ao evento oficial, também é realizada na capital escocesa a Cúpula dos Povos, onde teve lugar nesta manhã as discussões sobre o Acordo de Glasgow.

O Acordo de Glasgow foi lançado em 2019 por 180 organizações de 55 países, que se comprometeram a pressionar governos e empresas pela mudança necessária para cortar mais de 50% das emissões até 2030.

Uma das fases iniciais deste compromisso é criar em cada país inventários desagregados de emissões para elaborar  uma radiografia de como o capitalismo fóssil está organizado.

“Com  o Acordo de Glasgow, queremos articular variados grupos de justiça climática ao redor do mundo e utilizar diversas táticas para conseguir os cortes de emissão necessários para evitar um aumento de temperatura de 1,5ºC até 2100”, explicou Nicole. O Instituto Internacional Arayara é uma das três instituições que representam o Brasil na iniciativa.


 “Muito mais do que uma declaração sobre mudanças climáticas, o acordo é um compromisso de pessoas e organizações com a tomada de medidas concretas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa de forma estratégica”, avaliou Nicole.

“O que eu gosto do Acordo de Glasgow”, observou Nicole, “é a declaração de que a sociedade civil e o movimento climático estão dizendo: “já estamos cansados e não acreditamos mais nas negociações. Precisamos de um plano nisso e vamos atuar por nossa conta mesmo.

Segundo Nicole, o trabalho da Arayara e das coalizões de que o Instituto faz parte já evitou a exploração de 15 mil poços de fracking no Brasil. As reservas brasileiras de gás shale é 10 vezes maior do que nos EUA. “Então, propusemos a governos locais projetos de lei para banir o fracking de municipalidades Banimos em mais de 4 mil cidades no Brasil. Não há fracking no Brasil”.

Porém, ela observou, o governo brasileiro acha que o País tem boas reservas de petróleo, gás e carvão e que precisamos explorar porque eles estarão obsoletos em alguns anos.

#BrazilClimateHub #brazilclimateactionhub #COPCOLLAB26 #COP26= #Arayara #ObsdoCarvão #EmDefesadaVida #TransiçãoJustTransition #ToxicEngie #EngieToxicLegacy #coalwatch

Compartilhe

Share on whatsapp
WhatsApp
Share on facebook
Facebook
Share on twitter
Twitter
Share on linkedin
LinkedIn

Enviar Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Redes Sociais

Posts Recentes

Receba as atualizações mais recentes

Faça parte da nossa rede

Sem spam, notificações apenas sobre novidades, campanhas, atualizações.

Leia também

Posts relacionados

ARAYARA na Mídia: O que é agenda formal? E a de ação? Entenda o funcionamento da COP30 e o impasse que trava quatro pautas

Clima em Belém, que é de ‘otimismo cauteloso’, é resultado das prerrogativas que norteiam o funcionamento das discussões e dividem as negociações em dois grupos O impasse sobre quatro itens que ficaram de fora da agenda formal da COP30 movimentou consultas da presidência da conferência com as delegações dos países participantes. O clima em Belém, que é de “otimismo cauteloso”, é

Leia Mais »

ARAYARA na Mídia: Donos da JBS, petroleiras e mineradoras estão entre os convidados do governo Lula na COP30

Executivos de empresas do petróleo, mineração e agronegócio receberam, após indicação do governo brasileiro, credenciais para ter acesso à chamada zona azul da COP30, onde ocorrem as negociações climáticas da conferência que discute o futuro do clima no planeta. Entre os executivos estão os irmãos Joesley e Wesley Batista, da JBS, maior produtora mundial de proteína animal. Também há representantes de petroleiras como a Petrobras e Exxon Mobil, e

Leia Mais »

ARAYARA na Mídia: Impasse em Belém: ainda com pendências na agenda oficial, metas de adaptação criam novo entrave na COP30

O presidente da convenção prometeu apresentar novos desdobramentos das conversas até sábado; no domingo tratativas avançaram até o fim da noite Ao abrir a COP30, na segunda-feira, a presidência da conferência prometeu para dali a dois dias uma definição sobre quatro itens que, àquela altura, não se sabia se entrariam na agenda oficial do encontro. Esgotado o prazo nesta terça-feira,

Leia Mais »

Painel Expõe Lobby do Gás e Desmascara a Falsa Transição Energética na América Latina

A expansão desenfreada do gás natural e a urgência de uma Transição Justa foram o foco do painel “Reducción de emisiones de metano en los sectores energía y residuos desde los principios de la Transición Justa”, realizado no ARAYARA Amazon Climate Hub. O debate, organizado por entidades latino-americanas de defesa ambiental, expôs como a indústria fóssil avança no continente, ignorando

Leia Mais »