O Amazon Climate Hub, iniciativa do Instituto Internacional ARAYARA, nasceu de uma visão ambiciosa: a de que o ponto de inflexão crítico da crise climática exigia uma resposta igualmente poderosa, enraizada na Amazônia, mas com ressonância global. Durante a COP30, realizada em Belém, este espaço não apenas se consolidou como um ponto de encontro, mas como um verdadeiro laboratório de soluções e o epicentro da diplomacia da sociedade civil, demonstrando que a inovação mais eficaz é aquela que é inclusiva e que serve ao bem comum.
Uma convergência global no coração da Amazônia
O Amazon Climate Hub estabeleceu-se, de forma inédita, como um dos maiores e mais diversos centros de convergência da sociedade civil global na história das Conferências do Clima. Os números confirmam a força dessa mobilização, o Hub alcançou um público total de mais de 91.000 pessoas, somando visitantes presenciais e o alcance online, contando com a voz ativa de mais de 350 palestrantes, demonstrando a vasta expansão do debate para além dos muros da COP30.
Essa amplitude ultrapassou fronteiras. Recebemos participantes de mais de 100 países e localidades, com representação de todos os continentes, com centenas de organizações envolvidas. Notou-se um forte engajamento da América Latina (com presença marcante de Colômbia, Chile e Argentina), mas também da América do Norte, Europa, África e Oceania. Essa diversidade inegável consolidou Belém e o ativismo amazônico como o centro das discussões climáticas globais, provando que a Amazônia é, de fato, o epicentro geopolítico das soluções para o futuro do planeta.
Protagonismo amazônico e a força da interseccionalidade
O sucesso do Hub reside na sua capacidade de unir diferentes saberes e movimentos em um único espaço dinâmico. A sociedade civil brasileira compareceu massivamente, especialmente do Norte e Nordeste, deixando claro que a COP30 foi vivida no território, por quem vive e defende a floresta.
O Amazon Climate Hub funcionou como uma ponte cultural e tecnológica por onde passaram: pesquisadores e professores de universidades diversas, líderes e ativistas de movimentos sociais, coletivos indígenas, movimentos quilombolas e organizações de mulheres. O espaço acolheu ainda tecnólogos indígenas, advogados engajados em litígio estratégico, artistas, comunicadores e parlamentares globais. Essa convergência rara e poderosa uniu vozes ancestrais da floresta, pesquisa de ponta e ativismo, e permitiu que ciência, ancestralidade, cultura e política caminhassem lado a lado na na construção da justiça climática.
O legado de longo prazo: sementes para soluções escaláveis
O impacto do Amazon Climate Hub não se encerra com o fim da COP30. O legado deixado é a infraestrutura de colaboração e as sementes de projetos de longo prazo. O espaço demonstrou o poder do uso de inovações em monitoramento, ciência de dados e litígio estratégico como veículos de justiça e resistência contra ameaças como a expansão fóssil, o desmatamento e a mineração ilegal. Um pilar fundamental dessa atuação foi a ação do projeto Defensores dos Defensores, que ofereceu apoio jurídico e acolhimento humanitário gratuitos presencialmente no Hub ao longo dos dias de programação.
O Hub catalisou encontros bilaterais e co-criações que gerarão redes com atuação contínua na defesa de políticas públicas escaláveis para o Sul Global. Em parceria com o programa Vozes do Planeta e a Rádio Sumaúma, seu estúdio transmitiu diariamente vídeo casts com convidados especiais, unindo os temas das negociações oficiais da COP30 aos debates realizados no Hub. Além disso, a cobertura diária e as narrativas co-criadas garantiram que as perspectivas e tecnologias ancestrais dos povos chegassem a audiências mundiais, inspirando uma nova geração de jovens líderes.
O Amazon Climate Hub provou que a solução climática é também uma solução de justiça social. O modelo de articulação plantado em Belém, coordenado pelo Instituto Internacional ARAYARA, não apenas continuará a florescer, mas se estabelece permanentemente na cidade como uma sede dedicada a tecer alianças estratégicas, acolhimento humanitário e frutos para as futuras gerações. A Arayara reitera seu compromisso de apoiar a comunidade e, em especial, os ativistas climáticos, mantendo o Hub como um ponto de referência na luta contínua por justiça socioambiental e definindo o futuro da ação climática a partir do território amazônico.









