+55 (41) 9 8445 0000 arayara@arayara.org

Alemanha quer o Brasil como parceiro para importação de hidrogênio verde

Na busca por atender a futura demanda doméstica de energia baseada em energias renováveis e de baixo carbono, a Alemanha busca parceiros no mundo para importação de hidrogênio verde e considera que o Brasil pode ser um dos grandes exportadores do energético. Foi o que disse a representante do governo alemão, Peggy Schulz, em evento realizado nesta terça-feira, 25 de maio, pela Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha.

A executiva afirmou que esse é um ponto estratégico ao país europeu. A Alemanha está investindo 9 bilhões de euros em parcerias para desenvolvimento e tecnologias ligadas ao hidrogênio e nesse pacote de estímulos destinados a essa energia, o Brasil pode ser um grande parceiro.

“O consumo de hidrogênio é de 2,5TWh, mas estamos projetando que até 2030 teremos demanda de 90 a 110 TWh, ou seja, seremos um grande importador de energia. Queremos que essa energia seja verde”.

Schulz acrescenta que a Alemanha visa inclusive a compra a longo prazo de hidrogênio e derivados, dando mais segurança aos players deste setor. Hoje o hidrogênio verde – que não emite gases de efeito estufa – responde só por 4% da produção mundial. Entretanto, com as metas estabelecidas pelo Acordo do Clima de Paris, essa participação deve crescer muito nesta década.

Renováveis

Dados do Hydrogen Council, apontam que a produção e exportação do hidrogênio deverá responder, em 2050, por 20% de toda a demanda de energia global, gerando um mercado de US$ 2,5 trilhões. Como o Brasil tem cerca de 80% da sua matriz elétrica renovável, pode se tornar um dos grandes protagonistas desse mercado.

Hoje o Brasil tem um dos menores custos marginais para geração de energias renováveis e isso é fundamental para barateamento do processo de eletrólise. Fontes como solar, eólica, biomassa, biogás e etanol entram no rol de opções para geração de hidrogênio verde.

O olhar especial dos alemães pelo Brasil se justifica também porque 60% das empresas alemãs que trabalham no desenvolvimento de hidrogênio verde têm subsidiárias no Brasil e 95% das companhias globais também têm subsidiárias no país.

Para Ansgar Pinkowski, gerente de Inovação e Sustentabilidade da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha, o Brasil tem uma grande oportunidade de geração desse energético e se tornar um dos principais players do mundo e ser exportador desta nova commodity.

O Brasil tem acesso à tecnologia de ponta para elaboração de sua economia de hidrogênio verde. Ou seja, tecnologicamente nós já estamos na ponta com a ajuda de empresas internacionais”.

Produção concentrada

Hoje apenas quatro empresas estão produzindo e distribuindo hidrogênio no Brasil: White Martins, Air Liquide, Air Products e Messer. O uso ainda é concentrado na indústria. A Petrobras é o maior produtor, mas a companhia utiliza quase 95% de tudo o que produz para o refinamento de óleos combustíveis.

“No final do ano passado, a gente não viu o uso comercial de hidrogênio para fins energéticos, mas acreditamos que isso deverá acontecer logo”, diz Pinkowski.

Fonte: Associação da Indústria de Cogeração de Energia (COGEN)

Compartilhe

Share on whatsapp
WhatsApp
Share on facebook
Facebook
Share on twitter
Twitter
Share on linkedin
LinkedIn

Enviar Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Redes Sociais

Posts Recentes

Receba as atualizações mais recentes

Faça parte da nossa rede

Sem spam, notificações apenas sobre novidades, campanhas, atualizações.

Leia também

Posts relacionados

Opinião: PL da Devastação deve acelerar empreendimentos fósseis no Brasil

A PL da Devastação (PL 2.159/2021), aprovada pelo Congresso Nacional, representa um grave retrocesso na política ambiental brasileira ao modificar profundamente o licenciamento ambiental, fragilizando instrumentos de controle, fiscalização e participação social. Embora o mecanismo de Licenciamento por Adesão e Compromisso (LAC) — conhecido como autolicenciamento — tenha recebido maior atenção crítica, a proposta legislativa contempla outras formas de flexibilização

Leia Mais »

ARAYARA marca presença no Indonesia Net-Zero Summit 2025

Neste sábado (26), a ARAYARA participa do Indonesia Net-Zero Summit 2025, realizado em Jacarta, integrando um importante debate sobre o papel de países emergentes na liderança climática global.  Nossa diretora executiva, Nicole Figueiredo de Oliveira, é uma das painelistas da sessão “Middle Powers Rising! How Countries Turn Climate Action into Growth Engines in the 21st Century”, ao lado de representantes

Leia Mais »

Protagonismo Plural na COP30: Mulheres Negras e Justiça Climática

A discussão climática global, especialmente em contextos como a COP 30, só ganha densidade e justiça quando as vozes de mulheres negras deixam de ser periféricas para ocupar espaços efetivos de participação e influência — como mobilizadoras, líderes políticas, produtoras de conhecimento e articuladoras de soluções inovadoras. Desde o anúncio de Belém como sede da COP, essas lideranças vêm revelando

Leia Mais »

ARAYARA na Mídia: Avança diálogo com a sociedade civil sobre o Círculo de Ministros de Finanças da COP30

O Ministério da Fazenda do Brasil promoveu a segunda rodada de webinários sobre o tema, articulando contribuições nacionais e internacionais ao relatório do Círculo, que deverá ser apresentado em sua versão final em outubro. O Ministério da Fazenda do Brasil, em parceria com o Instituto Clima e Sociedade (ICS), promoveu, nesta quinta-feira, 24/7, a segunda etapa dos webinários sobre o

Leia Mais »