+55 (41) 9 8445 0000 arayara@arayara.org

Ação Civil Pública busca impedir a contaminação da água e destruição dos recursos hídricos pela Mina Guaíba

Imagine sua cidade prestes a receber um empreendimento que irá trazer riscos graves de abastecimento e contaminação da água que você utiliza, além de uma série de danos ambientais que podem ser irreversíveis na sua região.

Para isso, a empresa responsável decide ignorar os moradores diretamente impactados e excluir seu município do relatório. É o que está acontecendo com várias cidades do Rio Grande do Sul, incluindo a capital, Porto Alegre.

Além dos já conhecidos impactos socioambientais que a implantação da Mina Guaíba causa, fica claro o descaso da COPELMI Mineração Ltda e da Fundação Estadual de Proteção Ambiental do Rio Grande do Sul (FEPAM), que licenciou o empreendimento.

Segundo os cientistas Iporã Possantti e Rualdo Menegat, é importante esclarecer que “a cidade de Porto Alegre capta água bruta para seu abastecimento em três pontos no Lago Guaíba, um ponto no Canal Navegantes e outro no Canal Jacuí […]”.

O licenciamento ambiental não previu uma série de riscos e impactos na qualidade da água do Rio Jacuí, responsável por 86,3% da vazão média de aporte ao Lago Guaíba, ou seja, é o maior responsável pela quantidade de água.

Em época de cheias do rio, a estação de tratamento de efluentes ficaria completamente desprotegida, pois a água transbordada iria direto para o local da mina, retornando para o rio com todo o metal pesado da mineração – contaminada.

População impactada nunca foi ouvida

A empresa de mineração ignorou o cumprimento de fases e de procedimentos fundamentais, como a realização de audiências públicas em todos os municípios próximos à instalação da mina. A população de Porto Alegre, por exemplo, sequer foi ouvida.

Esse empreendimento coloca em risco toda a água da região. Outros municípios ignorados pela mineradora, como Canoas, Eldorado do Sul, Guaíba e Barra do Ribeiro, também se beneficiam da segurança hídrica oferecida pelo Rio Jacuí e seriam diretamente afetados pelo empreendimento.

No total, são mais de 4 milhões de pessoas impactadas.

Mapa cedido pelo cientista Rualdo Menegat ao Instituto Humanitas Unisinos

A FEPAM licenciou esse empreendimento sem levar em conta que o risco do rebaixamento de um lençol freático que abastece a população – outra consequência da mineração – é alto demais para que a instalação dessa mina seja permitida.

Portanto, insistimos e reforçamos que esse licenciamento não seja concedido, com o reforço de dados concretos e análises de cientistas renomados.

O Instituto Arayara, além de se preocupar com a proteção das comunidades tradicionais indígenas – foco da nossa primeira ação para impedir a Mina Guaíba -, também entende o perigo desse empreendimento para a qualidade da água que chega nas casas das pessoas, impactando especialmente os 4,3 milhões de habitantes da grande Porto Alegre.

Por isso, entramos com mais uma Ação Civil Pública e contamos com seu apoio para impedir a contaminação e destruição dos recursos hídricos do estado.

A ACP é mais uma forma que organizações como a Arayara – visando sempre a proteção ao meio ambiente e à sociedade – têm de cobrar providências de instituições como a COPELMI e a FEPAM, que colocam em risco e causam danos à população e seus territórios.

Enquanto aguardamos a Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, solicitamos que seja suspendido o licenciamento da Mina Guaíba até o final deste processo, que tem como objetivo impedir que se construa um empreendimento tão prejudicial ao meio ambiente e aos habitantes locais.

Através dessa ACP buscamos garantir o fornecimento de água saudável à grande Porto Alegre. Precisamos unir forças para mostrar os danos que a Mina Guaíba irá causar aos territórios e habitantes destes municípios, com a possibilidade de uma crise hídrica sem precedentes”.

Nicole Oliveira, diretora do Instituto Arayara

Se você apoia a ACP, assine aqui ou coloque um sticker de apoio no seu Facebook “Eu Apoio a Ação Civil Pública contra a Mina Guaíba”.

Compartilhe

Share on whatsapp
WhatsApp
Share on facebook
Facebook
Share on twitter
Twitter
Share on linkedin
LinkedIn

Enviar Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Redes Sociais

Posts Recentes

Receba as atualizações mais recentes

Faça parte da nossa rede

Sem spam, notificações apenas sobre novidades, campanhas, atualizações.

Leia também

Posts relacionados

Brasil vai às ruas contra o “PL da Devastação” e o avanço de retrocessos socioambientais

No último domingo (01/06), cidades de todo o Brasil se uniram em um Ato Nacional Unificado contra o Projeto de Lei 2.159/2021, apelidado de “PL da Devastação”. Centenas de organizações e movimentos sociais participaram da mobilização. A proposta, aprovada no Senado em 21 de maio, flexibiliza o licenciamento ambiental, permitindo que empreendimentos obtenham autorizações com base apenas em autodeclarações —

Leia Mais »

Organizações brasileiras enviam carta à União Europeia contra o “PL da Devastação

Na última terça-feira (28/05), um amplo coletivo de organizações da sociedade civil e comunidade científica brasileira e internacional entregou uma carta aberta a representações diplomáticas internacionais denunciando os riscos associados ao Projeto de Lei 2159/2021 — apelidado de “PL da Devastação”. O texto, que desmonta pilares da Política Nacional de Licenciamento Ambiental, propõe a flexibilização e até a dispensa da

Leia Mais »

Instituto ARAYARA promove reunião de capacitação sobre os riscos da exploração de Petróleo em Fernando de Noronha

O Instituto Internacional ARAYARA realizou, na noite de ontem (29), uma reunião de capacitação para tratar dos riscos da exploração de petróleo em Fernando de Noronha. O especialista em oceanografia e gerente de operações da ARAYARA, Vinicius Nora, e a geógrafa e chefe do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) da região, Lilian Hangae, demonstraram os perigos que

Leia Mais »

ARAYARA na Mídia: Instituto Arayara move 5 ações contra próximo leilão de áreas de petróleo da ANP

O Instituto Internacional Arayara moveu cinco ações civis públicas, em cinco Estados diferentes, contra o próximo leilão de áreas exploratórias de petróleo e gás do Brasil em 17 de junho, pedindo ainda a exclusão de um total de 117 dos 172 blocos previstos para serem ofertados. As ações civis públicas, embasadas em estudos técnicos, apontam “altos riscos socioambientais” em blocos ofertados na

Leia Mais »