por Comunicação Arayara - Nívia Cerqueira | 09, jan, 2025 | Amazônia |
A crise climática é um desafio global que exige respostas urgentes e ações coletivas. Em 2025, o Brasil será palco de um marco histórico: a COP30, a Conferência do Clima da ONU, será realizada em Belém, no coração da Amazônia.
Este evento representa uma oportunidade única para amplificar as vozes das comunidades amazônicas — indígenas, ribeirinhos, quilombolas e extrativistas — e colocá-las no centro das decisões globais sobre o futuro do planeta.
Com o objetivo de democratizar o acesso à informação sobre a Conferência do Clima da ONU, a Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM Brasil) lança a cartilha “ABC da COP: Entenda a Conferência do Clima da ONU” . O material foi desenvolvido para tornar os debates climáticos mais acessíveis, compreensíveis e inclusivos, especialmente para aqueles que estão na linha de frente da preservação ambiental.
O que você encontra na cartilha?
- -Explicações claras sobre os principais temas da COP30;
- -Informações sobre a relevância do evento para o enfrentamento da crise climática e o papel das comunidades amazônicas nesse contexto;
- -Orientações sobre como as comunidades podem se preparar para participar dos debates;
- -Exemplos de iniciativas e ações locais que podem inspirar;
- -Um glossário de termos climáticos para facilitar a compreensão de conceitos técnicos;
- -Dados e perspectivas sobre a importância da Amazônia no equilíbrio climático do planeta.
A cartilha é um convite para que todos, especialmente aqueles diretamente impactados pelas mudanças climáticas, compreendam a importância da COP30 e se engajem de forma ativa nos debates e decisões que moldaram o futuro do planeta. Mais do que um material informativo, a cartilha é um passo em direção à inclusão, justiça climática e preservação da Amazônia.
A cartilha está disponível gratuitamente em formato digital e será distribuída amplamente para comunidades, organizações da sociedade civil e lideranças interessadas em compreender e participar dos debates climáticos.
Clique aqui para baixar o material ou entre em contato com a REPAM Brasil para mais informações.
Juntos, podemos fortalecer as vozes de quem já protege a Amazônia nas gerações e garantir que suas perspectivas fundamentais sejam nas decisões que impactam o futuro do planeta. Que a COP30 seja um marco não apenas para o Brasil, mas para todo o mundo na luta contra a crise climática.
Fonte: REPAM
por Comunicação Arayara - Nívia Cerqueira | 09, jan, 2025 | Transição energética |
Na última quarta-feira (8), o Instituto Internacional ARAYARA realizou uma capacitação sobre transição ecológica para a Equipe Arquidiocesana de Articulação das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) de Santa Maria, no Rio Grande do Sul. O evento integrou a 25ª edição do Curso Oscar Romero e foi organizado pelo programa Fé, Paz e Clima da instituição.
A palestra, intitulada “Fraternidade e Ecologia Integral: É possível superar a globalização da indiferença?”, foi conduzida por John Würdig, engenheiro ambiental e gerente de Transição Energética da ARAYARA.
Mudanças climáticas e impactos no Rio Grande do Sul
Um dos temas centrais discutidos foi a adaptação e resiliência frente às mudanças climáticas, com destaque para os trágicos eventos extremos ocorridos no estado. No final de abril e início de maio de 2024, o Rio Grande do Sul enfrentou uma das maiores crises climáticas de sua história. Inundações atingiram 469 cidades — mais de 95% dos municípios gaúchos — afetando mais de 2,3 milhões de pessoas, segundo a Defesa Civil Estadual. Com volumes de chuva superiores a 800 milímetros em grande parte do estado, o evento deixou 55.813 pessoas em abrigos, 581.638 desalojados, 806 feridos, 42 desaparecidos e 172 mortos.
Exploração de carvão mineral e os impactos ambientais
Exploração de carvão mineral e os impactos ambientais
Outro tema em destaque foi a exploração de carvão mineral para a geração de energia elétrica no Rio Grande do Sul, com ênfase nas graves externalidades ambientais dessa atividade. Também foi debatida a importância do arquivamento da Mina Guaíba, em virtude de falhas e omissões no componente indígena deste empreendimento evidenciando um crime de direitos humanos ao povos tradicionais.
“A transição ecológica exige uma mudança de paradigma: abandonar o modelo de desenvolvimento baseado na produção insustentável, no consumo inconsciente e no descarte imediato”, ressaltou Würdig.
A coordenadora de articulação das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) de Santa Maria, Iria Maria Bausan, ressaltou a importância das assessorias presentes na edição mais recente do Curso Oscar Romero. Entre os destaques, mencionou José Luiz, representante da CEB’s, e John Würdig, da ARAYARA, cuja participação foi descrita como marcante. Outro nome de relevância foi o do Padre Miguel Filho, que contribuiu significativamente após sua experiência no trabalho sinodal junto ao Papa em Roma.
“Acreditamos que a construção de uma igreja e de uma sociedade justa só é possível por meio de estudo, empenho e participação coletiva. Embora enfrentemos desafios, seguimos dedicados à transformação social”, afirmou Iria. Ela ainda agradeceu especialmente a Würdig pela valiosa contribuição ao grupo,
Campanha da Fraternidade 2025: Fraternidade e Ecologia Integral
Durante o encontro, foi apresentado o tema da Campanha da Fraternidade 2025, promovida pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Inspirada nos 800 anos do Cântico das Criaturas, de São Francisco de Assis, e nos 10 anos da Encíclica Laudato Si’, a campanha aborda a temática ambiental sob o lema: “Deus viu que tudo era muito bom” (Gn 1,31).
A CNBB destaca que a Ecologia é recorrente nas Campanhas da Fraternidade, tendo sido tema em oito edições anteriores, como em 2011 (Fraternidade e a Vida no Planeta) e 2016 (Casa comum, nossa responsabilidade). Para 2025, o foco é promover uma conversão integral em tempos de crise socioambiental, ouvindo os clamores da Terra e dos mais vulneráveis.
Segundo Wurdig, a capacitação proporcionou debates produtivos e interações que reforçaram a urgência de construir uma sociedade mais sustentável, justa e inclusiva. “A mobilização conjunta entre instituições religiosas, ambientais e a sociedade civil evidencia o papel transformador da conscientização ecológica na promoção de um futuro mais equilibrado”, destacou.